Page 225 - Livro Tratado de lesões da coluna no esporte
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ELETRONEUROMIOGRAFIA
NEUROCONDUÇÃO:
Amplitude dos potenciais de ação motores acentuadamente reduzida no nervo radial esquerdo, com latência distal e velocidade de
condução motora normais. Velocidades de condução motora, latências distais, amplitudes dos potenciais de ação e ondas F normais
nos demais nervos avaliados dos membros superiores, incluindo o nervo radial direito e musculocutâneo bilateral. Os nervos axilar e
acessório apresentam amplitude dos potenciais de ação e latência distais normais.
Velocidade de condução sensitiva indeterminável no nervo radial esquerdo. Velocidades de condução sensitiva e amplitudes dos
potenciais de ação normais nos demais nervos dos membros superiores, incluindo os nervo cutâneo lateral e medial do antebraço.
ELETROMIOGRAFIA:
Foram encontrados sinais de desnervação (fibrilações e ondas positivas) nos músculos do membro superior esquerdo inervados pelo
nervo radial.
Na contração voluntária, observamos moderada a acentuada rarefação de unidades motoras nos músculos inervados pelo nervo
radial esquerdo, sem sinais de reinervação crônica. Não foram observadas alterações nos demais músculos estudados.
CONCLUSÃO:
1. Exame eletroneuromiográfico demonstra uma lesão subaguda do nervo radial esquerdo, sensitivo-motora, proximal ao ramo para
a cabeça lateral do tríceps braquial e de padrão axonal (axonotmese/neurotmese). Observamos sinais de moderada a acentuada
degeneração de fibras nervosas, com sinais de desnervação ativa e de reinervação inicial.
2. Não há evidências de outras neuropatias periféricas nos membros superiores ou de radiculopatia cervical. B
Fonte: Autor.
Figura 8. (A) Ressonância Magnética evidenciando neurite do Ra-
dial desde sua emergência no fascículo posterior, seguindo por
todo seu trajeto no braço; (B) confirmação do diagnóstico pela
eletroneuromiografia.
neuropatias compressivas, e a ENMG localiza a lesão na
região do plexo. (48)
8.4.3.3 Plexopatia braquial traumática
Também conhecida como stingers ou burners, trata-se
de uma lesão traumática do plexo braquial ou das raí-
zes cervicais, sendo a lesão neurológica mais comum em
atletas. Sua prevalência varia entre 30 e 65% em espor-
tes de contato, como futebol americano, rúgbi, hóquei
(49)
e lutas, tendo taxa de recorrência de até 87%. São três
os mecanismos de trauma descritos: lesão por tração,
com o abaixamento do ombro e flexão contralateral do
pescoço; lesão por compressão, com a hiperextensão
e flexão ipsilateral do pescoço; trauma direto na fossa
Sumário 223